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Como Funciona o Sistema de Financiamento SAC e PRICE: Entenda as Diferenças Antes de Assinar um Contrato

Quando se trata de financiamentos, especialmente aqueles de longo prazo como os imobiliários, é essencial entender as formas de amortização disponíveis no mercado. Entre as opções mais comuns, destacam-se o Sistema de Amortização Constante (SAC) e o sistema PRICE. Ambos são amplamente utilizados por bancos e instituições financeiras, mas apresentam estruturas bastante distintas, o que pode impactar diretamente no valor das parcelas e no montante final pago ao longo dos anos. Saber como cada um funciona é fundamental para tomar decisões mais conscientes e adequadas à sua realidade financeira.

O Que é Amortização em um Financiamento

Antes de mergulhar nas particularidades do SAC e do PRICE, é importante compreender o conceito de amortização. Trata-se da parte do pagamento mensal que efetivamente reduz o valor da dívida principal. Ou seja, além dos juros, cada parcela de um financiamento possui uma fração que serve para diminuir o saldo devedor. O modo como essa amortização é distribuída varia de acordo com o sistema adotado no contrato, sendo justamente essa variação o que diferencia os modelos SAC e PRICE.

Sistema de Amortização Constante (SAC): Como Funciona

No SAC, a principal característica é a constância da parcela referente à amortização do capital. Em outras palavras, o valor que abate diretamente a dívida é fixo ao longo de todo o contrato. O que muda, mês a mês, é o valor dos juros, que tende a diminuir à medida que o saldo devedor é reduzido.

Como os juros são calculados sobre o saldo devedor, e esse valor vai caindo ao longo do tempo, o total da parcela também sofre uma redução progressiva. Isso significa que o cliente começa pagando prestações mais altas, mas que vão ficando mais leves com o passar dos meses ou anos.

Esse modelo é ideal para quem tem uma folga maior no orçamento no início do contrato e deseja pagar menos juros no final. Além disso, ele oferece maior transparência, já que o valor principal amortizado permanece o mesmo em todas as parcelas.

Vantagens do Sistema SAC

Uma das principais vantagens do sistema SAC é a economia no custo total do financiamento. Como os juros incidem sobre um valor de dívida em constante queda, o montante final a ser pago ao longo dos anos é menor do que no sistema PRICE.

Outro ponto positivo é a redução do valor das parcelas com o passar do tempo. Isso pode ser bastante vantajoso em momentos de instabilidade financeira ou mudanças na renda familiar, oferecendo maior previsibilidade para quem planeja manter o contrato até o fim.

Por fim, o SAC tende a ser mais utilizado em financiamentos habitacionais com recursos do FGTS, justamente por proporcionar menor custo total ao cliente.

Desvantagens do Sistema SAC

Apesar das vantagens, o SAC apresenta um entrave para quem tem menor poder aquisitivo no momento da contratação. Como as primeiras parcelas são mais altas, muitos consumidores acabam sendo reprovados na análise de crédito, já que o valor inicial compromete uma fatia significativa da renda mensal.

Além disso, essa estrutura de pagamento pode não ser ideal para quem pretende revender o bem em pouco tempo, pois a redução no saldo devedor é mais acelerada e a vantagem do menor custo só se concretiza a longo prazo.

Sistema PRICE: Entenda a Lógica das Parcelas Iguais

Diferente do SAC, o sistema PRICE é conhecido por oferecer parcelas fixas durante todo o período do financiamento. Nesse modelo, o valor pago mensalmente permanece o mesmo, o que facilita o planejamento financeiro de quem prefere uma previsibilidade maior no orçamento.

No entanto, essa estabilidade tem um custo: o valor dos juros pagos no início do contrato é bem mais elevado. Isso acontece porque, no PRICE, a amortização do saldo devedor é mais lenta no começo e se intensifica somente nas últimas parcelas.

O cliente, portanto, paga uma parcela constante, mas com um volume de juros bem maior no início e menor no fim, o que resulta em um custo final mais alto do que no SAC.

Vantagens do Sistema PRICE

O principal atrativo do sistema PRICE é a constância das parcelas. Para quem busca previsibilidade nos pagamentos e precisa manter um orçamento estável, essa opção pode ser mais confortável e fácil de administrar.

Além disso, como as primeiras prestações são mais baixas do que no SAC, esse sistema permite que mais pessoas sejam aprovadas na análise de crédito. Isso ocorre porque a parcela inicial compromete uma fração menor da renda mensal, o que aumenta a chance de aprovação no financiamento.

O sistema também é frequentemente utilizado em financiamentos de veículos, empréstimos pessoais e compras de bens de consumo com prazos mais curtos, justamente pela praticidade e simplicidade que oferece.

Desvantagens do Sistema PRICE

Apesar das facilidades, o sistema PRICE costuma ser mais caro no longo prazo. Como a maior parte dos juros é paga no início e a amortização da dívida é lenta, o saldo devedor demora mais tempo para cair de forma significativa. Isso significa que o cliente paga muito mais em juros durante os primeiros anos de contrato.

Esse modelo pode ser desvantajoso para quem pretende quitar o financiamento de forma antecipada, pois nos primeiros anos o saldo devedor permanece alto, mesmo após muitas parcelas pagas.

Outro ponto negativo é o impacto financeiro caso ocorram mudanças drásticas no orçamento familiar. Como as parcelas não reduzem ao longo do tempo, qualquer desequilíbrio pode dificultar o cumprimento do contrato.

Comparativo Prático: SAC vs PRICE

Para entender melhor as diferenças, imagine dois financiamentos com valor de R$ 200.000, prazo de 20 anos e taxa de juros anual de 9%. No sistema SAC, a parcela inicial será maior, mas irá diminuindo ao longo dos anos. Já no PRICE, a parcela será constante, mas o custo total será mais alto.

Enquanto no SAC o cliente começa pagando, por exemplo, R$ 2.500 e termina com parcelas de R$ 1.200, no PRICE ele pagará R$ 1.800 durante todo o contrato. No entanto, ao final dos 20 anos, o montante pago no PRICE será significativamente maior.

Esses números são apenas ilustrativos, mas mostram claramente como o modelo de amortização pode impactar o bolso do consumidor. Entender essa diferença ajuda a escolher a melhor opção com base nos objetivos e na situação financeira de cada pessoa.

Qual Sistema Escolher: SAC ou PRICE?

A escolha entre SAC e PRICE depende, principalmente, do perfil do comprador e da estratégia financeira adotada. Quem busca economizar no longo prazo e tem condições de arcar com prestações iniciais mais altas, geralmente se dá melhor com o SAC. Por outro lado, quem prefere estabilidade nas parcelas e não pode comprometer muito da renda mensal no início tende a optar pelo PRICE.

Se o financiamento for de curto prazo, o impacto dos juros será menor, e o modelo PRICE pode não representar uma grande desvantagem. Já em contratos longos, como os de imóveis, o SAC costuma ser a escolha mais vantajosa financeiramente.

Também é importante considerar os planos futuros. Se houver intenção de quitar o financiamento antes do prazo ou vender o bem em poucos anos, o modelo SAC proporciona maior liquidez e amortização mais rápida.

Cuidados Antes de Escolher o Modelo de Financiamento

Antes de fechar contrato, o ideal é fazer simulações detalhadas. Avaliar quanto será pago no total, quanto vai para amortização e quanto será destinado aos juros em cada sistema é um passo fundamental para evitar surpresas.

Outro cuidado importante é verificar o Custo Efetivo Total (CET), que inclui não apenas os juros, mas todas as taxas envolvidas no financiamento. Comparar esse indicador entre as propostas pode revelar diferenças consideráveis que não aparecem à primeira vista.

Consultar um especialista financeiro ou conversar diretamente com o gerente do banco também ajuda a entender melhor as condições do contrato e os impactos de cada sistema ao longo do tempo.

Conclusão

Escolher entre o sistema de amortização SAC e PRICE é uma decisão que pode impactar significativamente o seu planejamento financeiro. Ambos os modelos possuem vantagens e desvantagens, e não existe uma fórmula única que sirva para todos os perfis. O mais importante é conhecer como cada sistema funciona, entender seu orçamento e metas pessoais e, a partir disso, tomar uma decisão consciente e estratégica. Afinal, um financiamento bem planejado é o primeiro passo para conquistar bens importantes com tranquilidade e segurança.

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